Dissertação desenvolvida no âmbito do mestrado em Gestão do Design, apresentada ao IADE-UE, realizada sob orientação de Joana Ramalho e de Sara Gancho

Esta dissertação busca apresentar a possibilidade do design participativo como agente
de transformação em processos de gentrificação. Nosso campo de estudo deu-se na cidade de
Lisboa, capital europeia em que facilmente se revelam evidentes os impactos relacionados ao
fenômeno, como o êxodo populacional, a pressão no custo de vida provocada pela
turistificação e a perda do senso de lugar em suas regiões tradicionais.
Para compreender o contexto que se pusera a investigação, desenvolvemos uma
revisão literária que trouxe o entendimento das diversas nuances relacionadas à gentrificação
e, adiante, ajudou a compreender como ela se desenvolve em Lisboa. Também, essa revisão
nos permitiu aprofundar os temas ligados ao design participativo - inclusive sob a ótica de
sua utilização em contextos de gestão urbana.
A seguir à análise teórica, procedemos com pesquisas quantitativas (survey) que
foram utilizadas para medir o conhecimento da amostra sobre a gentrificação e também sua
disponibilidade em contribuir em projetos ligados ao design participativo. Os resultados
demonstraram que o conhecimento a respeito do primeiro tema (gentrificação) existe, mas
esse nem sempre está associado ao nome do fenômeno; muitas vezes, é conhecido por meio
dos seus impactos. No que tange ao design participativo, dois pontos mereceram destaque:
muitos desconhecem a existência de canais de comunicação com as instituições públicas; e a
grande maioria demonstrou acreditar no uso de métodos participativos para a tomada de
decisões de impacto coletivo.
Em paralelo, conduzimos a pesquisa qualitativa, que se deu através de entrevistas
semiestruturadas. Seus resultados mostraram novas realidades do contexto posto e
contribuíram para que pudéssemos validar o design participativo como metodologia que
auxilie a mitigar os impactos negativos da gentrificação